Folha de Londrina: Uma história de preservação

 In Brasil Holanda, Clipping

Para contar um pouco da história dos imigrantes holandeses, em 1911, na cidade de Carambeí, situada na região dos Campos Gerais, o Parque Histórico de Carambeí se mantém em constante transformação. Atualmente, alas estão sendo construídas para complementar o trabalho de educação e lazer disponibilizado à comunidade dentro da linguagem da sustentabilidade. ”A sustentabilidade faz parte da linguagem do parque”, assegura o curador técnico do parque, Fábio Silvestre. A proposta é repassar aos visitantes o conceito de cuidado com o meio ambiente, que os imigrantes holandeses já mantinham no dia a dia da região.

Madeira certificada – Em parceria com a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), toda a madeira utilizada na construção das novas alas é de origem certificada, criando no parque um ”impacto negativo ambiental”, como descreve o curador técnico.

Espaços – O conceito de aproveitamento de espaços pode ser visto no uso do espaço de um antigo armazém, o primeiro de alvenaria da cidade, para o estabelecimento da Casa de Memória. Trata-se de uma das unidades do parque que tem o objetivo de manter preservados acervos de objetos que remetem à presença holandesa na região. A captação da água de chuva será outro aspecto que envolve a sustentabilidade do projeto. O parque está em fase de instalação das cisternas e do sistema de coleta da água de chuva, que será utilizada em serviços brutos e decorativos do local. Parte da água também será usada em uma das novas alas, o Parque das Águas, que reconstitui os famosos canais holandeses.

Aproveitamento – Ainda na linha de aproveitamento de recursos, o uso de energia solar para a iluminação do parque é mais um projeto que está em pauta. A reciclagem está presente na rotina, dentro do conceitos dos 5 Rs (reduzir, reutilizar, reciclar, reeducar e replanejar). O parque também investe em um programa de reciclagem de embalagens longa-vida realizado por uma parceira do parque.

Localização – O Parque está localizado em uma área de 10 alqueires em região de antigos sítios e chácaras. Deste espaço, um alqueire e meio é de reserva técnica de área plantada preservada. Silvestre acredita que haja dois alqueires e meio de árvores plantadas no parque. ”Mas árvores e verde são recorrentes na própria paisagem da região”, observa.

Campos Gerais – Os Campos Gerais, onde está localizada a cidade de Carambeí, é uma região situada no Segundo Planalto do Parana. A região se caracteriza pelos seus campos limpos rodeados por matas de galeria e capões de floresta ombrófila mista, onde nasce a árvore símbolo do Estado, a Araucaria angustifolia.

Cooptur – Em Carambeí, a Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur) criou rotas turísticas para o conhecimento da história da cidade e de suas imigrações. O turista também é estimulado a conhecer, além da história da região, suas belezas naturais. ”Também temos turismo ecológico e de aventura”, pontua o presidente da cooperativa, Dick de Geus.

Preocupação com a terra

A semente do Parque Histórico de Carambeí foi plantada em 1991 com o início da Casa de Memória. A criação da Casa foi uma necessidade que os descendentes de holandeses sentiram, nos 80 anos da imigração deste povo ao Campos Gerais, de terem um espaço para a preservação da história das primeiras famílias que chegaram à região. No dia 1º de abril deste ano, o parque foi protagonista nas comemorações do Ano da Holanda no Brasil. Na ocasião, o local, que desde 2001 já realizava atividades, teve sua inauguração completa. Hoje, com novas alas em fase de construção, a previsão é que o parque esteja pronto em 2012.

Colonização – Os primeiros imigrantes holandeses que chegaram aos Campos Gerais se estabeleceram na Fazenda Carambhey, por onde passavam as linhas férreas da empresa Brasil Railway Company, emancipada, não há muito, para se tornar a cidade de Carambeí. Foram os holandeses que impulsionaram na região a produção de laticínios, o que veio dar origem à Sociedade Cooperativa Hollandeza de Laticínios – atual Batavo Cooperativa Agroindustrial -, em 1925.

Pioneiros – Dick Carlos de Geus, presidente da Associação do Parque Histórico de Carambeí (APHC) e da Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur), vem de família de pioneiros. A história de sua família nos Campos Gerais do Paraná começou com a vinda de seus pais e avós em 1913 – da mãe, um pouco antes, em 1911, coincidindo com a data do início da imigração holandesa por ali. A família de Geus, assim como toda a comunidade de Carambeí, fazia parte da Sociedade Cooperativa com a produção de queijo e manteiga. ”Como nos primeiros quarenta anos não havia refrigeração de leite, transformávamos em queijo e manteiga”, ele lembra. Geus conta que, naquela época, a sustentabilidade ainda não tinha nome, mas já era praticada pelos pais e avôs – por pura necessidade. ”A pessoa do campo tem preocupação com a terra porque vive dela”, reitera.

Matéria publicada no jornal Folha de Londrina e disponível na íntegra em:
Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR) – Uma história de preservação
Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR) – Preocupação com a terra

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