Mais mulheres participam de cooperativas
A inclusão da mulher na tomada de decisões dentro do cooperativismo foi o que impulsionou a advogada e historiadora Vera Daller, diretora do Departamento de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop) do Ministério da Agricultura (Mapa) a idealizar o Coopergênero. “Este foi um trabalho pioneiro no Mapa e visa colocar as mulheres em igualdade de oportunidade nas cooperativas e associações rurais. Nossa proposta é a quebra de paradigmas provocados pela herança cultural”, explica.
O Coopergênero consiste em treinamentos que abordam temas como cidadania, economia e produção. O foco é geração de trabalho e renda para melhorar a auto-estima e ajudar a mulher a perceber sua capacidade e competência para inserção na economia e na sociedade.
“A mulher percebe que pode participar de toda a cadeia produtiva, levando seu produto para as gôndolas dos supermercados e abrindo caminho para possíveis negócios, como a exportação”, explica a coordenadora do Denacoop.
O programa teve início em 2003 com um processo de sensibilização de um pequeno grupo de mulheres e homens e hoje atinge 23 Estados. Mais de 40 mil mulheres passaram pelos cursos e treinamentos promovidos pelo Coopergênero. “Hoje percebemos que pelo menos 30% das decisões nas cooperativas partem das mulheres. Muitas se tornaram presidentes de núcleos e de sindicatos e outras ingressaram na política, estimuladas pelas ações do programa”, comemora Vera.
De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a mulher representa 52% dos cooperados no País. Por região, a maior participação feminina está no Nordeste (59%), seguida pelo Norte (55%), Sudeste (52%), Sul ( 46%) e Centro-Oeste (38%).