Expocarambeí reúne o melhor do gado leiteiro holandês

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A imigração holandesa nos Campos Gerais possibilitou a criação da melhor bacia leiteira do país.

 A imigração holandesa possibilitou o melhoramento genético do rebanho leiteiro paranaense. Um pouco dos resultados desse investimento, realizado desde então, pode ser visto durante a 8ª edição da Expocarambeí, que reunirá o melhor dessa cadeia pecuária durante os dias 18 e 19, no Parque Histórico de Carambeí.

Os Campos Gerais, região do primeiro planalto paranaense, hoje constitui a bacia leiteira de maior qualidade no país e sua história está intimamente ligada a esses imigrantes, que também deixaram sua marca com a introdução do modelo cooperativista, vigente até hoje, principalmente nas cooperativas agroindustriais Batavo (primeira cooperativa de produção no país), Castrolanda e Capal, ambas de base holandesa.

Um dos fatores que geraram esse diferencial, em parte, se iniciou em 1947, quando o imigrante holandês Bauke Dijkstra chegou ao Brasil trazendo, além de sua família, 41 novilhas e um touro em uma viagem de navio. “Um dos animais ainda caiu no mar e tiveram que pular na água para poderem iça-lo”, conta Franke Dijkstra, filho de Bauke e vice-presidente da Associação do Parque Histórico de Carambeí, que relembra a história muitas vezes contada.

Segundo Franke, seu pai voltou ainda outras três vezes para a Holanda para trazer novas matrizes. “Até onde sei, minha família não introduziu o gado holandês no Brasil, pois na década de 30 alguns touros foram trazidos pelo Ministério da Agricultura para São Paulo, mas no Paraná acho que fomos os primeiros a trabalhar com animais Puros de Origem”, contou.

 

Bacia Leiteira – “A bacia leiteira dos Campos Gerais é, para mim, a melhor do país”, destacou o secretario de Estado da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Segundo ele, há muito tempo a região se destaca pelo seu alto desempenho de produção, pela genética animal e pela qualidade de produto, o que a referenda nessa posição de vanguarda leiteira no Brasil.

Ainda de acordo com Ortigara, os produtores da região estão se aperfeiçoando a cada dia e as cooperativas agroindustriais têm investido para agregar valor ao produto in natura. “Espero que esses novos investimentos, como por exemplo, da Batavo na Frísia, possam agregar mais valor, pois ainda temos muito dessa cadeia para aproveitar, como na fabricação de queijos e outros derivados”, disse.

A produção média alcançada nas propriedades da região é três vezes maior do que a média nacional. Segundo os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná, a bacia leiteira dos Campos Gerais conta com 2,25% do número de produtores do Paraná e sua produção ultrapassa 14% do leite produzido no Estado. “Enquanto a média de produção por vaca / dia nacional é de 5 litros, a paranaense é de 10 litros e nos Campos Gerais é de 15 litros”, explicou Fábio Mezzadri, técnico do Deral.

Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná (3,3 bilhões de litros) é o terceiro maior produtor de leite do país ficando atrás de Minas Gerais (3,4 bilhões de litros) e Rio Grande do Sul (7,9 bilhões de litros) e dois municípios dos Campos Gerais estão entre os 15 maiores produtores do país.

 

Qualidade – “Essa região representa atualmente um dos melhores núcleos de produção de leite no país”, afirmou o professor da cadeira de Melhoramento Animal, do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná e ex-secretário de Agricultura do Estado, Newton Pohl Ribas. De acordo com ele, os animais que estão nessa região são fruto de anos de seleção e melhoramentos genéticos. “Hoje esses produtores são fornecedores de genética às demais regiões do país”, frisou.

Newton atribui ainda aos resultados alcançados por esses produtores às técnicas de vanguarda utilizadas no manejo, nutrição e de saúde animal. “É um conjunto de fatores que levam a ter ali os rebanhos mais produtivos do Brasil”, explicou.

 

Valor – “Algo que incentiva o produtor é a bonificação por um leite de melhor qualidade”, explicou Hans Jan Groenwold, presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa. “A região concentra alta tecnologia de produção”, disse.

A bonificação é paga pelo leite de qualidade superior, que tem concentração de gordura, por exemplo, que é de grande interesse às indústrias de queijo. O bônus representa um acréscimo de mais de 20% no valor final.

 

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