Cooperativismo é saída para viabilizar atividade pesqueira
Sem vislumbrar qualquer possibilidade de mudança no cenário em relação à atividade no lago de Itaipu, pescadores encontram no cooperativismo uma alternativa de ter mais poder de força e representatividade no sentido de obter ferramentas e recursos para viabilizar a atividade pesqueira. A pesca no lago de Itaipu atravessa momentos difíceis há anos, levando muitos profissionais a trocar a vara de pesca pelo cabo da enxada.
Em Santa Helena, o presidente da Colônia de Pescadores Nossa Senhora dos Navegantes, Lírio Hoffmann, relata o sofrimento das famílias diante dos resultados nem tão expressivos obtidos com a pesca no lago. “Cheguei a pensar em abandonar tudo, mas quando olho para as pessoas que dependem da pesca com o pouco que conseguem, repenso a minha decisão e permaneço na colônia fazendo o que é possível e está ao meu alcance e dentro das limitações estruturais”.
Para bater de frente contra a crise, os pescadores criaram no fim do ano passado a Cooperativa dos Pescadores, Aquicultores e Agricultores Familiares de Santa Helena. Atualmente, conta com a participação de 25 integrantes. “Formamos a cooperativa para garantir a comercialização do peixe retirado do lago para facilitar a negociação, principalmente com os frigoríficos”, relata. “Não fosse a cooperativa, muitos não teriam condições de obter o sustento familiar”, descreve Hoffmann.
Sem aporte financeiro, muitos recorrem aos recursos do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) para garantir investimentos. Sem conseguir comercializar o peixe, os pescadores buscam outros caminhos para saldar as parcelas do financiamento. “Quando a situação fica ainda mais complicada, surgem os atravessadores, que aproveitam o momento de desespero dos pescadores para barganhar e conseguir adquirir o peixe a um custo bem abaixo do de mercado”, relata Hoffmann.
Em Foz do Iguaçu está prestes a ser criada uma cooperativa para ajudar na comercialização do pescado. A assembleia está programada para ocorrer sexta-feira. O sistema vai possibilitar e facilitar a criação de peixes em tanque-rede para atender o governo federal. O foco agora é a pesca extrativista, com respaldo da Itaipu. Os peixes serão certificados e a venda escalonada.
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