Faisal Saleh concede entrevista exclusiva ao Almanaque Imigrantes
Faisal Saleh, secretário estadual do Turismo, concedeu uma entrevista exclusiva para o Almanaque Imigrantes, sobre as perspectivas do turismo nos Campos Gerais. Abaixo, você confere a íntegra da entrevista:
PHC: Como o senhor vê os Campos Gerais no cenário do Turismo do Paraná? Quais são as principais políticas públicas que esta Secretaria está tratando para a região?
Faisal Saleh: A Região Turística Campos Gerais está entre as regiões prioritárias para o Turismo no Paraná. No momento o destino Ponta Grossa este sendo trabalhado pelo MTur para integrar o rol dos Destinos Indutores do Brasil para o Turismo Internacional. A região se destaca pela diversidade de atrativos e equipamentos, que possibilitam o desenvolvimento de diferentes segmentos turísticos. Podemos citar como principais vocações o ecoturismo – devido as Unidades de Conservação existentes como os Parques Estaduais de Vila Velha, Guartelá e Cerrado, além das RPPN de Itaytyba e São Francisco; o turismo cultural e dentro dele o étnico e o religioso, com as diferentes colônias de imigrantes e monumentos religiosos, e o turismo de negócios e eventos com destaque para a concentração de indústrias e o agronegócio.
A SETU vem conduzindo a política pública através do Conselho de Turismo do Paraná, atingindo todas as 10 regiões turísticas, através do fortalecimento de alianças estratégicas com o poder público e a iniciativa privada, que permitam alavancar o turismo a partir das especificidades de cada uma delas. Principalmente busca-se estabelecer a cultura da viagem e da hospitalidade, de forma a atingir a sociedade e a economia.
PHC: Indicadores do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais e do Ponta Grossa Convention & Visitors Bureau, indicam que a permanência do turista na região aumentou em um dia após a inauguração, em abril, do Parque Histórico de Carambeí. Qual a sua opinião sobre as etnias que compõe o Paraná e sua importância para o Turismo, em especial a imigração holandesa?
FS: É sabido que no Turismo os principais indicadores de gestão estão ligados ao fluxo de visitantes, à permanência média destes nos destinos e à receita gerada com seus gastos nestes destinos. Sendo assim, a disponibilização de um novo produto – diferente e com qualidade, no mercado contribuirá para o incremento destes índices. Fica evidente que a inauguração do Parque Histórico de Carambeí alavancou um número maior de visitantes para a Região, mas somente o Parque em si não traria resultados tão rápidos. Certamente a divulgação do município em Feiras e Eventos do setor como também em veículos de comunicação, a atratividade do produto, seu conteúdo cultural e histórico, seus produtos derivados ofertados no município e no seu interior, aliados a uma boa organização e gestão na área do turismo – tanto do poder público como da Associação responsável – e a recepção hospitaleira para os visitantes, contribuíram para este sucesso. Agora é manter o produto em evidência, sempre inovando e buscando novos públicos.
Acreditamos que o turismo étnico é fundamental para o desenvolvimento sustentável que se almeja para o Estado, principalmente pensando que a imigração é um elemento forte em toda a região sul, e sem dúvida a força dos imigrantes holandeses foi responsável pela pujança econômica e cultural não só da Região, mas também para o Estado. Salientamos o sucesso que foi o estande da região Sul no Salão Brasileiro do Turismo realizado em São Paulo no mês de julho, que teve na imigração a sua temática, onde o Paraná apresentou em parceria com Carambeí e a Associação dos Municípios dos Campos Gerais, todo o legado cultural herdado dos holandeses, traduzidos na arquitetura, usos e costumes, vestimentas, gastronomia, etc., tão bem aceitos pelo Turismo.
PHC: Na região existe muito turismo técnico-científico e de negócios, esta Secretaria tem algum projeto específico para estes segmentos do turismo?
FS: Temos sim. Dentro de nosso Plano de Ação o Turismo de Negócios será tratado como um projeto especial, e juntamente com a Federação dos Convention & Visitors Bureaux e Associações como a ABEOC e a ABRACCEF, pretendemos impulsionar ainda mais os produtos e o posicionamento mercadológico do Estado neste segmento. Atrativos como as cooperativas, as hidrelétricas, as indústrias, as fazendas modelo e tantos outros recursos farão parte da oferta disponibilizada pelo Estado, a ser divulgada com ferramentas específicas que estão sendo formatadas pelos técnicos envolvidos. E sem dúvida os Campos Gerais tem muito a oferecer, além do que já oferece. As parcerias com Associação Comercial e Industrial, Cooperativas e com o Ponta Grossa Convention & Visitors serão fundamentais.
PHC: Nesta linha da formação étnica do estado, já existe algum plano de aproveitar as comunidades de imigrantes como atrações para os turistas da Copa do Mundo em 2014?
FS: Recentemente a SECOPA criou em sua estrutura a Comissão de Turismo e prontamente a SETU tomou para si a Coordenação da mesma junto com o Instituto Municipal de Turismo. Mas, estas duas entidades não trouxeram de forma individual esta tarefa, e sim puseram aos Conselhos de Turismo – Estadual e Municipal está responsabilidade, por entender que a COPA FIFA 2014 é uma ação coletiva que envolve ganhos e responsabilidades de diferentes atores – públicos e privados. As principais ações que estão sendo formatadas por essa Comissão serão voltadas à recepção turística, roteirização, desenvolvimento da produção associada, capacitação, sinalização e com certeza o componente cultural étnico será muito bem aproveitado, tanto nos roteiros propostos como na produção associada, incluindo o artesanato, as apresentações culturais, a gastronomia e as vestimentas.