O mundo 'movido' só com energias renováveis
Jim Leape, director geral do World Wildlife Fund (WWF), para além de advogado formado em Harvard, nos Estados Unidos, e especialista em questões ambientais, é também um idealista e optimista militante.
Num comunicado emitido ontem pelo WWF, Leape diz que “se continuarmos a depender dos combustíveis fósseis enfrentaremos um futuro de ansiedade relativamente aos custos da energia, segurança e impactos das alterações climáticas”.
As suas declarações surgem a propósito da divulgação pelo WWF de um relatório sobre o futuro da energia à escala global, onde se afirma cm toda a segurança que “a totalidade da energia que o mundo necessita pode ser obtida de forma limpa, renovável e economicamente sustentável até 2050”.
O adeus aos combustíveis fósseis
O relatório, que demorou dois anos a realizar, contém uma análise detalhada e um cenário apresentado pela Ecofys, uma consultora na área da energia, e uma análise da WWF.
Mostra que até 2050 as necessidades de energia, transporte e energia doméstica e industrial podem ser satisfeitas com usos residuais de combustíveis fósseis e nucleares – reduzindo-se drasticamente as ansiedades sobre energia, segurança, poluição e não menos importante, alterações climáticas catastróficas.
A energia eficiente em edifícios, veículos e indústria serão um ingrediente chave, a par de um aumento das necessidades energéticas geradas de forma renovável e distribuídas através de smart grids (redes inteligentes).
No contexto do cenário da Ecofys, em 2050 a procura total de energia será 15 por cento mais baixa do que em 2005, apesar do aumento da população, dos outputs industriais, das viagens e do transporte de mercadorias e da energia disponível para aqueles que não gozam dos seus benefícios. O mundo já não dependerá do carvão ou dos combustíveis nucleares, enquanto as regras internacionais e a cooperação limitarão potenciais estragos ambientais gerados pelo desenvolvimento do biocombustível e da hidro-electricidade.