Circo Roda em PG: Ser palhaço é coisa séria
O Circo Roda está finalizando hoje sua passagem pela cidade de Ponta Grossa, tendo permanecido 10 dias na cidade, com o patrocínio da CCR RodoNorte, através da Lei Rouanet. O espetáculo “Caravana: memórias de um picadeiro” faz uma homenagem à arte circense tradicional, e tem como personagem de destaque o palhaço Caturrão, interpretado pelo ator e bailarino Ronaldo Aguiar. Nesta entrevista ele relata as dificuldades e alegrias de ser palhaço, na forma cômica ou dramática que o palco/picadeiro exige.
Jornal da Manhã: O palhaço, mesmo quando não tem o papel principal em um espetáculo, acaba ganhando destaque e é sinônimo de circo. É fácil carregar essa responsabilidade?
Ronaldo Aguiar: Fácil não é. Mas a gente tem que aceitar os desafios que a vida dá. Acho que, quando pensam em circo, estão no imaginário das pessoas três imagens: o palhaço, o malabarista e o trapezista. E o palhaço fica com a responsabilidade “maior”, porque todo mundo quando vai ao circo vê o cara que vai fazer algo extremamente difícil. Então, todo mundo fica tenso, e o palhaço vem com o outro lado, que é a graça, para a pessoa se descontrair. Tanto que todo circo no mundo, se não tem palhaço, tem a figura cômica para aliviar o público da tensão que o acrobata dá quando desafia a morte. Ele é o único que tem a responsabilidade de fazer rir. E o palhaço que não faz rir é um palhaço que tem que se aposentar, porque a plateia espera isso do palhaço. Se o acrobata vai dar um duplo mortal ou se só vai dar um mortal, a plateia aceita. Mas um palhaço que não faz rir… a plateia não aceita.