Vozes femininas disputam espaço na Rio+20
“Se alguém acha que somos invisíveis, está na hora de comprar um novo óculos”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a uma plateia de ampla maioria feminina na Rio+20 , no encerramento de um fórum da ONU Mulheres.
Cerca de 200 eventos dedicados aos direitos da mulher estão sendo realizados em paralelo à Rio+20, estima Teixeira, ressaltando a importância de a agenda do desenvolvimento sustentável envolver a mulher.
Na terça-feira, enquanto negociadores se decidiam pelos últimos colchetes e adjetivos no documento que começa a ser debatido por chefes de Estado nesta quarta, na Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, um fórum promovido pela ONU Mulheres se reunia para lutar por avanços na igualdade de gêneros.
A mesma reivindicação motiva uma série de eventos paralelos à Rio+20, com reuniões de grupos de defesa aos direitos da mulher na Cúpula dos Povos, organizado pela sociedade civil, e no Humanidade 2012, no Forte de Copacabana.
Na segunda-feira, uma manifestação com representantes de movimentos feministas reuniu cerca de 5 mil pessoas no Centro do Rio na segunda-feira.
Direito reprodutivo
O fato de todos esses eventos estarem acontecendo denuncia que a desigualdade ainda é muito grande, considera Nilceia Freire, ex-secretária de Políticas para Mulheres e representante da Fundação Ford no Rio de Janeiro. “Isso evidencia que, apesar dos avanços, as mulheres ainda precisam dizer a todo momento: ‘estamos aqui’. Porque de fato ainda há uma questão central que ainda não foi resolvida, que é a do poder. Como ninguém quer abrir mão do poder, as mulheres têm que continuar forçando a porta”, afirma ela.