Cooperativismo: Dinheiro que nasce da comunidade
Entre todos os aspectos que a Organização das Nações Unidas levou em consideração ao instituir 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo, talvez o mais importante deles tenha sido a força de mobilizar uma comunidade. A interpretação é de Vergilio Perius, presidente do sistema Ocergs/Sescoop-RS, que no último sábado comemorou o Dia Internacional do Cooperativismo. “Quando uma cooperativa se instala, ela nasce da comunidade, se enraíza e não sai de lá. Não gira o mundo procurando mão-de-obra boa e barata, como as multinacionais”, compara.
Essa ligação visceral com a comunidade agrega valores que vão muito além da identificação com a marca: tributos e receitas. Segundo Perius, o resultado econômico não sai da cidade. “A distribuição dos resultados fica no local. Não vai para São Paulo, que é uma bomba de sucção. E a conscientização da população tem aumentado expressivamente o número de associados”, garante – diariamente, cerca de mil novos sócios ingressam no sistema cooperativista do Rio Grande do Sul.
Tendências
Nos próximos anos, Perius acredita que haverá um forte crescimento no movimento de internacionalização no cooperativismo. Exemplo disso é a parceria entre o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e o holandês RaboBank, uma das maiores cooperativas de crédito do mundo, com atuação em mais de 70 países.
No caminho contrário, segundo Perius, está a abertura de capital. “Este sistema não é valido. O capital é dos sócios, não tem nome”, sustenta. Para ele, o que o Brasil precisa é que BNDES seja parceiro, com taxas de juros compatíveis com a inflação – “como prevê a lei”, apressa-se em salientar. “Também poderia repassar linhas de financiamentos mais baratas. Ao contrário disso, subsidia empresas concorrentes e nos tira competitividade”, protesta.
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