Tetra Pak se une a produtores para reinventar suco de laranja
A multinacional suíça Tetra Pak está apoiando o plano de recuperação do suco de laranja brasileiro.
Depois de ver o consumo do produto azedar em importantes mercados como Europa e Estados Unidos, onde as vendas recuaram 32% no primeiro semestre, ela se uniu como parceira da indústria ao fornecer dados que vão resultar em um plano estratégico para recuperar o mercado global.
Ter a Tetra Pak como parceira traz algo de valor inestimável: informação. Segundo fontes do mercado, a companhia suíça possui um centro de pesquisas avançado na Europa, que detém o maior banco de dados do mundo quando se trata de bebidas, com levantamentos precisos sobre praticamente todos os fabricantes do mundo.
“É uma parceria estratégica, oferecemos esse serviço de dados aos nossos clientes, para que eles possam enxergar as melhores oportunidades no mercado”, explica Eduardo Eisler, vice-presidente de Estratégia de Negócios da Tetra Pak. A disponibilização de dados, segundo Eisler, é gratuita.
O estudo é encabeçado pela CitrusBR, entidade que representa a Cutrale, Citrosuco/Citrovita e a Louis Dreyfus, as três gigantes brasileiras que juntas respondem por 50% da laranja produzida no mundo.
Inspirada em campanhas de sucesso no mercado internacional, como do café colombiano Juan Valdez e da campanha Got Milk? veiculada nos Estados Unidos, a Citrus fará um levantamento completo de hábitos de consumo, poder aquisitivo e fatores culturais que influenciam na escolha de consumidores em dez países.
“Temos o desafio de descobrir como promover o suco de laranja no mundo e por isso estamos fazendo a pesquisa”, explica Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR.
O montante inicial investido pela Citrus é de US$ 1 milhão. Para desenvolver as próximas etapas do estudo, que deve ser resultar na publicação de um livro com todos os dados e em uma campanha de marketing global, não há previsão do valor, que pode ficar entre US$ 17 e US$ 100 milhões.
A estimativa é de que a campanha esteja nas ruas das principais cidades do mundo em 2013.
No caso da laranja, ter acesso a dados precisos pode significar a recuperação de um mercado que registrou retração no consumo de 16,6% entre 2003 e 2010 apenas na América do Norte.
Entre os motivos para a queda está a forte concorrência das águas saborizadas, refrescos e refrigerantes.
“Para aumentarmos as vendas é essencial conhecermos a fundo a cultura dos países e os hábitos do consumidor, como eles enxergam o suco brasileiro”, explica Lohbauer.
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