Historiadores contam como é preservado o acervo do Parque Histórico
Corpo técnico do museu explica o processo de higienização dos objetos da instituição.
Os visitantes que chegam ao Parque Histórico de Carambeí, maior museu histórico a céu aberto do Brasil, ficam encantados com a beleza natural e saem maravilhados ao ver peças muito antigas que formam as coleções da instituição em perfeito estado. O que ninguém imagina é o trabalho realizado para conservar cada um dos objetos que compõe o acervo dos cenários inseridos nas alas museais. Pensando nisto, a equipe técnica do Parque Histórico explica como é realizada a manutenção das peças do museu.
O historiador e coordenador cultural da Associação Parque Histórico de Carambeí, Felipe Pedroso, conta que o procedimento utilizado na preservação dos objetos é a higienização que permite resguardar o acervo da instituição museal. “Esta prática de conservação preventiva é realizada por um profissional capacitado com o auxílio de materiais específicos para a retirada das sujidades das peças. Com este método é retirado todo o acúmulo no exterior dos objetos, como: pó, fuligens, mofo e bolores”.
A higienização deve ser feita com frequência para garantir a integridade física das coleções. Felipe reforça que para cada objeto o cuidado é diferenciado e com os metais a atenção deve ser redobrada. “É necessário cautela na manutenção de peças com metal em sua composição, como: o cobre, o estanho e a prata. Esses objetos precisam de cuidados diferenciados principalmente devido a umidade relativa do ar e no controle da temperatura do ambiente. O armazenamento incorreto pode causar transformações químicas irreversíveis como a corrosão, perda da coloração original e ferrugem”.
Para conservar peças em metal o cuidado deve ser dobrado
O coordenador cultural comenta que o Parque Histórico precisa intensificar seus cuidados com a conservação e a prevenção preventiva devido sua posição geográfica. “O fato dele ser um museu a céu aberto, estar situado em uma zona rural demanda uma atenção e cuidados redobrados. Infestações microbióticas, ou seja de pequenos insetos, de pragas e o controle é um dos nossos maiores desafios, hoje”.
Vilmar Carvalho, historiador da instituição e responsável pelo operacional do acervo, relata que no Parque Histórico é feita uma análise periódica para saber o procedimento a ser realizado. “Realizamos uma vistoria semanal para chegar ao diagnóstico dos espaços e do acervo. Esta é a primeira etapa no processo de conservação, a partir dele, podemos levantar as condições físicas de cada uma das peças e em seguida, quais as medidas preventivas as mesmas necessitam. Estamos longe de estar o padrão recomendado, mas adotamos medidas paliativas que auxiliam no desenvolvimento da conservação do nosso acervo”.
O historiador Vilmar cita um exemplo de como faz a higienização de peças adaptando a realidade dos equipamentos que a instituição possui. “Os livros são higienizados mecanicamente a seco, a poeira e demais sujidades são removidas das folhas e lombadas com trincha, uma espécie de pincel macio, manuseando de baixo para cima. Como não possuímos equipamento para fazer a higienização a seco utilizamos pó de borracha, aplicado em movimentos circulares página por página, este é um método muito eficiente e após o processo utilizamos o pincel para remover as sujidades. Grampos, prendedores, fitas adesivas e qualquer outro corpo estranho devem ser removidos”.