Parque Histórico cria grupo de estudos para funcionários
O intuito da atividade é reunir o corpo técnico do museu para um debate sobre temas ligados a instituição e proporcionar a troca de conhecimento entre área distintas.
Parque Histórico de Carambeí, maior museu histórico a céu aberto do Brasil, inicia grupo de estudos com equipe de funcionários com intuito de unificar o entendimento sobre temas técnicos que são abordados na instituição. Como o museu possui um corpo técnico multidisciplinar cada setor poderá contribuir de acordo com seus conhecimentos específicos.
“O primeiro texto debatido no grupo foi A Invenção da Brasilidade, do autor Jeffrey Lesser. Esse é um texto que aborda as políticas públicas brasileiras de imigração, desde o Brasil Império. Nas discussões pudemos perceber o entendimento deste assunto pelo viés da geografia, da história e até mesmo da biologia”, explica o idealizador do grupo de estudos Felipe Pedroso, historiador e coordenador cultural do Parque.
O estagiário do Núcleo de Mediação, acadêmico de Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Renan Lima Emiliano reforça a importância da formação do grupo. “O grupo de estudos se apresenta como ferramenta tática extremamente necessária para que possamos refletir, pensar e conversar em conjunto sobre problemáticas que achamos importante dentro do museu. Assim, o fato de estarmos nucleados e de discutirmos enquanto equipe possibilita que levantemos conhecimento, a partir das trocas de experiências de um grupo que por si só é diverso e que tem pessoas de áreas de conhecimentos distintas”.
Geógrafo e integrante do Núcleo de Mediadores do museu, Clayton Denck conta que gostou muito da experiência do grupo de estudos. “Foi muito bom e devemos realizar a atividade com frequência, pois ajuda a esclarecer dúvidas de outras áreas referente a assuntos abordados durante a mediação de um grupo de turistas. Os termos utilizados no texto discutido eram técnicos, como a geografia e a história caminham juntas não tive dificuldades, mas para alguns da equipe foi importante poder se aprofundar no tema. De um modo geral, para todos nós é necessário momentos como este que propiciam a construção de conhecimento para entender como um todo o local e o discurso propagado pela instituição”.
Pedroso ressalta que o debate em equipe possibilita que cada funcionário contribua com seus conhecimentos. “O grupo de estudos possibilita que cada um, em sua área de atuação, traga suas competências para juntos entendermos melhor o que o autor diz. Ter um geógrafo na equipe é importante para a compreensão do espaço, da ocupação, para entender como os imigrantes de diferentes etnias conviviam no Brasil, pois trouxeram de seus países de origem conflitos, sejam por crenças e disputa de poder”.
Renan relata que o trabalho na mediação no museu, seja informando o público ou de conduzindo visitas em grupo, impõem uma dimensão intelectual e necessita de estudo. “É importante que cada profissional se esforce, saia do básico, que ultrapasse do razoável e é preciso empenho de buscar novos textos, conversar com determinadas pessoas que tenham o conhecimento aprofundado sobre o assunto. Isso alimentará ainda mais a riqueza desse grupo. Sou da área de licenciatura em história e sei que como os outros profissionais da minha área tenho muito a contribuir a respeito da historiografia da cidade de Carambeí, de como pensar e ensinar a história. Temos muito a aprender com o contato multidisciplinar de pessoas da geografia, turismo, biologia que exploram pontos que muitas vezes deixamos de lado. A pertinência da atividade está justamente na ideia de levantar discussões e fomentar pensamentos que não seriam feitos se não houvesse o grupo, é importantíssima essa iniciativa de estarmos em grupo e pensarmos juntos”.
O grupo de estudos se reunirá quinzenalmente para discutir contextos correlatos do museu, que tenham relação com a imigração e que são instrumentos de pesquisa na instituição. “Esperamos que com o estudos dos textos, com o debate entre o grupo, a equipe de funcionários do Parque também tenha um complemento de formação profissional dentro da instituição”, finaliza Felipe.