A fotografia é uma paixão da comunidade holandesa em Carambeí

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A fotografia sempre foi muito presente na comunidade holandesa em Carambeí, isto é possível perceber pelo acervo fotográfico do Parque Histórico de Carambeí que conta com mais de 10 mil imagens. Uma grande paixão dos carambeienses descendentes de imigrantes, os registros fotográficos também são utilizados como instrumento de pesquisa para o museu e mostra muito além do que é possível ver na cena registrada.

São diferentes os motivos que despertam em cada pessoa o desejo de fotografar e eternizar o que é especial. “Registrar momentos que de outra forma ficariam apenas na memória, da mesma forma que escrever a história é importante, registrar as imagens enriquece nossas experiências, principalmente ao poder revê-las depois de um certo tempo”, relata Janus Katsman.

O que leva Lucas Los a fotografar são as possibilidades de enxergar por uma nova perspectiva, o estímulo de transformar uma imagem em uma obra de arte. “Adoro fotografar, é sempre um desafio, um desejo de superação em fazer cada vez melhor, as possiblidades de edição e diagramação sempre me deixam feliz com o resultado de cada foto”, diz Lucas.

Após ganhar de presente uma câmera fotográfica no ano 2.000, quando só sabia que para fotografar era preciso apertar um botão para eternizar momentos, que despertou em Margriet Dijkstra o desejo em aprender a fotografar. “Passei a estudar, comprar livros de fotografia, fazer curso de aperfeiçoamento. Hoje faço edição de fotos e estou aprendendo todos os dias”, expõe Margriet.

Em Carambeí, principalmente entre a comunidade holandesa, o senhor Henrique Harms é conhecido por seus lindos registros fotográficos e conta como foi seu ingresso na fotografia. “O pastor Muller trouxe dos Estados Unidos uma câmera Kodak Brownie, que com o passar dos anos apresentou desgaste, quando tinha dez anos ganhei o equipamento que seria descartado”, narra Henrique.

Os motivos que levam a comunidade a fotografar são distintos. Lucas desde sua infância era encantado pela fotografia “Pegava uma câmera antiga de rolo de filme, do meu pai, brincava de tirar fotos e ficava imaginando ângulos e resultados”. Henrique também começou a trilhar o caminho da fotografia na infância “Com onze anos saí da casa paterna para trabalhar com um tio e ganhando um dinheirinho comprei um filme, coloquei na máquina e em um dia ensolarado mandei ver”. Margriet fotografa tudo que desperta atenção “Gosto de registrar flores, paisagens, a natureza morta, comidas, mas o meu desafio de hoje é registrar a essência das pessoas”. Para Janus a alegria de fotografar está em tudo “Gosto de registrar momentos familiares, mas também gosto muito de animais e natureza, e fotos de ação. Se puder juntar tudo em uma foto só, melhor ainda”.

“Há algo muito peculiar na comunidade de imigrantes holandeses em Carambeí: a paixão pela fotografia, e essa paixão vem desde a Holanda, são raras as famílias que não tenham um álbum de fotos de seus ancestrais na terra natal antes da imigração, e estamos falando do final do século XIX e início do século XX; O curioso é o volume de fotografias gerada por essa comunidade, somente em nosso acervo há mais de 10 mil itens que retratam as mais diversas ocasiões, no âmbito público e privado. Como historiador presumo que os pioneiros utilizavam do recurso fotográfico para registrar e perpetuar as suas trajetórias em terras brasileiras, é sem dúvida um legado com um forte apelo memorial da valorização da sua história”, finaliza Felipe Pedroso que é historiador e coordenador cultural do Parque Histórico de Carambeí

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