Educativo do Parque Histórico realiza mediação cultural virtual para acadêmicos de Artes Visuais da UEPG

 In Destaque, Noticias

A ação foi realizada com o intuito de apresentar as possibilidades de trabalhar um mesmo tema em diferentes áreas de conhecimento.

O Núcleo Educativo do Parque Histórico de Carambeí participou de uma aula on-line da disciplina de Metodologia em Artes, do curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A proposta da atividade foi uma reflexão sobre a mediação cultural, apresentar a abordagem e as possibilidades da narrativa oferecida por um museu histórico.

“Estávamos estudando sobre mediação cultural, especificamente o papel do professor de arte enquanto um mediador entre espectador e obra, também sobre o diálogo que deve existir entre escola e museu/espaços culturais. Assim como as ações realizadas para possibilitar que o contato de estudantes com o conteúdo desses espaços se dê de maneira significativa”, explica Caroline de Biassio Kret, professora disciplina de Metodologia em Artes da UEPG.

O historiador Lucas Kugler, do Núcleo Educativo do Parque Histórico, relata que a mediação cultural é um elo entre diferentes tipos de museus e pode ser aplicada até mesmo por profissionais de diferentes áreas de conhecimento e deve ser explorada pelo educador.  “Existem diversos tipos de museu com a mais variada forma de acervo – museus de história, museus de arte, museus de ciência, etc. Mas existe algo universal que ocorre e pode ocorrer entre eles, independentemente de suas tipologias; a mediação cultural.  Ela é uma prática letiva que instiga o questionamento do visitante e abre as portas para a produção de novos significados e sentidos a partir de um bem cultural.  Essa abordagem, no entanto, não é unicamente restrita à atuação em museus. Ela pode ser usada em outros espaços, incluindo o escolar”.

Kugler reforça a necessidade de estreitar esse diálogo que muitas vezes é inexistente entre o profissional do museu e os educadores, achou válida a ação que possibilitou aos acadêmicos conhecer a papel da mediação cultural. “Porém, a formação do docente normalmente não oferece uma base que possa extrapolar o formato educacional formal ou que dialogue com os campos da educação não formal. Por esse motivo, é importante que haja um contato durante a formação destes futuros profissionais com a realidade educativa de outros espaços culturais. Nesse sentido, o Núcleo Educativo do Parque Histórico de Carambeí, com base em sua experiência, criando pontes entre o museu e a escola nos últimos cinco anos, participou de uma aula virtual com os alunos do terceiro ano do curso de Licenciatura de Arte Visuais da UEPG com o intuito de conversar sobre a atuação de um professor através da mediação cultural”.

Conhecer o perfil do público que será atendido é necessário para pode organizar a mediação de modo que seja atrativa, que proponha uma reflexão e a construção do conhecimento. O historiador tomou cuidado para apresentar aos estudantes uma mediação artística e histórica, sem fugir da narrativa apresentada no Parque Histórico. A mediação foi realizada por meio da análise de pinturas de quadros Barroco Holandês que estão expostas em outros museus, mas foram utilizadas como referência para comparar com a reconstrução das alas museais da instituição. “Nessa conversa, partimos do nosso local de fala enquanto um museu histórico para exercitar a prática conceitual da mediação cultural nos futuros docentes. Traçando paralelos entre a nossa expografia com o contexto histórico do Século de Ouro dos Países Baixos (momento de efervescência cultural, econômica e cientifica na Holanda) pudemos mediar as informações artísticas e históricas ao olharmos para as obras de pintores do barroco holandês e o seu retrato da formação de uma identidade cultural neerlandesa que, de certa forma, se manifesta hoje em dia em alguns hábitos culturais que os imigrantes holandeses trouxeram para Carambeí”.

O acadêmico de Artes Visuais Smailen Kauê de Oliveira elogiou o formato da mediação realizada pelo Parque Histórico e o modo em que o historiador preparou a mediação para o perfil de público. “Eu particularmente gostei demasiadamente das questões voltadas para a mediação, gosto muito dessa área do educativo, acho fundamental a mediação para as visitas feitas ao museu, ainda mais se tratando de um museu a céu aberto, mediar os visitantes para a cultura presente no Parque, contextualizá-los com relação a arquitetura representada, aos costumes, como isso tem influenciado na contemporaneidade; isso tudo é muito importante”.

A professora observa a sua responsabilidade em proporcionar aos seus alunos um conhecimento diferenciado, ir além do óbvio, propor diferentes possibilidades para trabalhar um único tema. “O trabalho interdisciplinar, como este realizado entre o museu de história e o curso de Artes Visuais, é muito importante para a construção de uma aprendizagem significativa. Como professores temos a responsabilidade de ensinar os nossos alunos a desenvolverem um olhar crítico, reflexivo e sensível sobre o mundo, e para isso eles precisam entender como as áreas se relacionam de diversas maneiras fora da sala de aula. O conhecimento não deve ser armazenado em caixinhas, não deve ser fragmentado. Com a mediação, e com a utilização de obras de arte para apresentar o conteúdo aos acadêmicos, eles puderam perceber na prática as possibilidades que podem ser exploradas pelo professor ao visitar um espaço como o Parque Histórico”.

A ação foi benéfica para todos os envolvidos, relata o historiador. “A experiência foi muito positiva e útil para ambos os lados. Estreitar relações com os professores é uma forma de prepararmos ambas as instituições – museu e escola – para uma educação significativa permeada por discussões produtivas e novas descobertas”. Para o acadêmico ficou claro que poderá utilizar do conhecimento adquirido na sua área de aprendizagem para entender a narrativa apresentada em instituições culturais de outras tipologias. “Penso que esse explorar o museu passa a ser ainda muito mais produtivo, porque a partir de toda essa mediação, posso explorar os conhecimentos que já possuo com relação à história e história da arte. Perceber a cultura pela qual sofremos influência é muito importante”. Caroline finaliza afirmado que foi produtiva a experiencia. “O diálogo foi bastante enriquecedor”.

Serviço:

O Parque Histórico de Carambeí abre para visitação de terça a domingo, das 10h às 17h. Por enquanto as visitas de grupos escolares e técnicos estão ocorrendo somente no ambiente virtual, devido aos protocolos sanitários para prevenção ao contágio do Coronavírus. Entre em contato pelo e-mail [email protected] para mais informações e para conhecer o cardápio de atividades oferecidas aos grupos.

Recommended Posts
Contate-nos

We're not around right now. But you can send us an email and we'll get back to you, asap.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support