Museu Parque Histórico de Carambeí abre Cápsula do Tempo

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Já imaginou escrever em uma carta os seus sonhos, como você imagina o futuro daqui 10 anos e colocar em uma Cápsula do Tempo? O grupo que formou o Projeto Interidades no ano de 2014, formado por alunos da Escola Municipal Theresa Gaertner e o Coral da Terceira Idade de Carambeí, realizou este sonho e enterrou em uma Cápsula do Tempo no Museu Parque Histórico de Carambeí (MPHC).

O Projeto Interidades idealizado e coordenado pelo arte-educador Eziquiel Ramos, durante seu o contrato com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Carambeí, por meio da música estreitava relações entre a Terceira Idade e crianças. No dia 25 de setembro de 2014, ao enterrar cartas dos integrantes do projeto em uma Cápsula do Tempo no Museu, a instituição de memória se tornou palco para mediar realidades distintas e para florescer os seus sonhos.

Lucas Kugler, historiador e coordenador do Setor Educativo e Cultural MPHC, anima-se ao relatar que a ação trouxe um novo sentido para o Museu que é um ambiente de transformações. “Destes frutos colhidos no projeto, as relações humanas se desabrocham em um espaço de múltiplos sentidos. Um museu não é apenas um espaço para fruição e educação, ele é, também – e principalmente – um espaço integral para desenvolvimento da vida humana. É com satisfação que participamos deste projeto, onde o passado foi de encontro ao presente na construção de um futuro compartilhado entre os sonhos e realizações”.

Para o Eziquiel, “ao compartilharmos nossos sonhos, fortalecemos os laços que nos unem e nos inspiramos mutuamente a continuar buscando a realização de nossos objetivos. Cada um de nós possui um conjunto único de aspirações que nos guia e motiva, e é fundamental que nunca deixemos de sonhar”. Com este pensamento, motivou e incentivou o grupo a escrever seus sonhos e enterrar em uma Cápsula do Tempo.

Setor de Acervos desenterra a Cápsula do Tempo

Em um piscar de olhos se passaram 10 anos, as crianças agora são adultas. Alguns mudaram de cidade e outros não realizaram seus sonhos, pois partiram desta vida terrena, mas floresceram e eternizaram seus sonhos nos corações de todos com quem conviveram. Chegou o dia, a tão esperada hora para a abertura da Cápsula do Tempo, dia 25 de setembro de 2024. “A abertura desta cápsula simboliza não apenas a reflexão sobre o que sonhávamos no passado, mas também a renovação de nosso compromisso com o futuro”, comenta o arte-educador.

Cerimônia de abetura da Cápsula do Tempo

A cerimônia de abertura contou com a presença de autoridades, representantes da diretoria e o corpo técnico do Museu, do coordenador do Projeto Interidades, integrantes da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, ex-alunos da Escola Municipal Theresa Gaertner e integrantes do Coral da Terceira Idade.

O Museu, por ser responsável pela guarda da Cápsula do Tempo, tomou cuidados para desenterrá-la e abri-la. A equipe do Setor de Acervos, devidamente equipada com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ficou responsável por desenterrar e realizar os procedimentos técnicos para manipular as cartas.

“O processo de abertura da Cápsula do Tempo iniciou com uma escavação cuidadosa. Para mitigar possíveis riscos e garantir a segurança, foram utilizados EPIs, como: luvas de nitrilo, máscara, jaleco e touca. “O uso desses equipamentos é obrigatório para proteger os profissionais de contaminantes potenciais, como mofo e partículas nocivas, além de assegurar que a manipulação das cartas fosse feita com o máximo de cuidado. Foram empregadas ferramentas apropriadas, como pás e espátulas, para remover a terra ao redor da caixa”, relata a historiadora e coordenadora do Setor de Acervos MPHC, Karen Barros.

Setor de Acervos realiza procedimentos para a abertura da Cápsula do Tempo

As cartas foram removidas com cautela, foi utilizado bisturi para cortar o plástico que as envolvia e os procedimentos foram minuciosos para evitar avarias adicionais durante o manuseio. A umidade e o odor de bolor indicavam que as cartas poderiam estar danificadas, deixaram a historiadora apreensiva. “Houve uma preocupação inicial ao observar o estado de conservação da caixa, que apresentava partes soltas, quebras e oxidação. Essa condição levantou questionamentos sobre a integridade das cartas, que foram escritas por participantes presentes no evento de fechamento da Cápsula do Tempo, o que as tornava não apenas documentos, mas também testemunhos da memória coletiva da comunidade. O estado deteriorado da caixa poderia comprometer o conteúdo”.

Zilda Teixeira, do Coral da Terceira Idade, leu a carta que escreveu em 2014

Em seguida, aos métodos iniciais de higienização, algumas cartas foram lidas por seus autores.  O material está no Setor de Acervo, no laboratório do MPHC, no laboratório, a equipe de Barros aplicará as técnicas para preservação. “As cartas passarão por um processo de higienização mecânica com o uso de trinchas macias, a fim de remover qualquer sujidade ou contaminante superficial. Após a limpeza, as cartas serão digitalizadas para garantir sua preservação a longo prazo e facilitar o acesso à informação”.

O trabalho realizado em conjunto com todos os setores do Museu ressalta a importância de uma abordagem técnica na conservação de documentos e reforçou o papel do Setor de Acervos na proteção e valorização da memória cultural.

O Projeto não encerrou com a abertura da Cápsula do Tempo. Ezequiel anuncia que ainda este ano realizará uma exposição, ainda sem data marcada, mas que acontecerá no ano de 2024. “Reunirei não apenas as cartas, mas também fotografias da época e diversos projetos desenvolvidos ao longo dessa jornada, para montar uma belíssima exposição. O tema central a intergeracionalidade, destacando a importância do diálogo e da troca de experiências entre diferentes gerações”, finaliza.

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