Café
O café, conhecido dos botânicos holandeses desde o final do século XVI, era recomendado pelos médicos como fortificante e adstringente. Defendida pelo escritor Blankaart como a bebida mais saudável do mundo, dizia prevenir escorbuto e ‘juntas enferrujadas’, contudo popularizou-se somente nos últimos anos do século.
A elite aristocrática adquiriu o hábito de consagrar um momento por volta do fim da manhã à degustação da bebida, colocava-se numa mesa além de pequenas xícaras, uma taça de porcelana cheia de água fria que servia para refresca-las de tempos em tempos, no centro uma alta cafeteira de cobre ou prata de três pés com pó de café, sobre a qual se despejava água quente.
Mas foi somente no início do século XVIII, que os clubes de café que surgiam em cidades como Roterdã e Amsterdã, popularizaram o hábito de beber café, onde pessoas elegantes consumiam a bebida acrescentando bastante cravo, canela, gengibre e adoçoando-a com mel e leite.
Os holandeses foram os primeiros comerciantes a trazer café para a Europa em grande escala, tornando Amsterdã o centro mundial do comércio que abastecia o elevado consumo do grão em todo o continente.
No final do século XVII a Companhia das Índias Orientais contrabandeou o ‘café arábica’ de Mokka para Java, Sri Lanka e posteriormente América do Sul, assim, a produção se espalhou rapidamente pela maioria das áreas tropicais em seu domínio e rompeu com o monopólio do cultivo das mãos dos árabes.
A bebida exótica e exclusiva manteve-se restrita a elite e a burguesia por dezenas de anos, era considerada uma bebida misteriosa e causava fascínio. No início do século XVIII, a bebida tornou-se cada vez mais popular devido à queda de seu preço, e casas especializadas em cafés apareceram em todos os lugares. Tornava-se cada vez mais uma bebida para toda a população ao invés de restrita às elites, caindo no gosto popular e desbancando a cerveja, então favorita por séculos.