Sociabilidade - Museu dos Tratores 04

O museu dos tratores, maquinários e implementos agrícolas, apresenta peças que remetem aos diversos processos e experiências vividas pelos habitantes do município.

Com acervo rico em informações do mundo rural, este espaço trabalha não apenas o surgimento dessas máquinas, suas potencialidades e usos dentro da colônia, mas também a riqueza de histórias que envolvem esses moradores e a forma como viviam, agiam, trabalhavam e pensavam a agricultura. As peças expostas carregam a memória da vida na colônia, da labuta diária do campo, das relações estabelecidas através do trabalho com a agricultura e pecuária.

Nesse sentido, compreende as técnicas utilizadas, as ferramentas empregadas no dia a dia da colônia, tais como o arado manual, a ceifadeira, as foices, o facão e as enxadas, substituídas diante do processo de modernização. Por meio desses itens, é possível pensar as relações de trabalho e sociabilidade no campo.

O museu dos tratores, maquinários e implementos agrícolas, apresenta peças que remetem aos diversos processos e experiências vividas pelos habitantes do município.

Com acervo rico em informações do mundo rural, este espaço trabalha não apenas o surgimento dessas máquinas, suas potencialidades e usos dentro da colônia, mas também a riqueza de histórias que envolvem esses moradores e a forma como viviam, agiam, trabalhavam e pensavam a agricultura. As peças expostas carregam a memória da vida na colônia, da labuta diária do campo, das relações estabelecidas através do trabalho com a agricultura e pecuária.

Nesse sentido, compreende as técnicas utilizadas, as ferramentas empregadas no dia a dia da colônia, tais como o arado manual, a ceifadeira, as foices, o facão e as enxadas, substituídas diante do processo de modernização. Por meio desses itens, é possível pensar as relações de trabalho e sociabilidade no campo.

A mecanização da agricultura desempenhou um papel fundamental na constituição da paisagem dos Campos Gerais. Descrita por viajantes do século XIX como uma das paisagens mais belas da América Latina, essa região passou por transformações significativas ao longo do tempo.

Anteriormente, os campos eram caracterizados por vastas áreas verdes e cerrados, com a presença marcante das florestas de araucária.

No entanto, atualmente, essa paisagem também é composta por extensas áreas destinadas à agricultura.

A introdução da prática agrícola mecanizada teve como objetivo principal agilizar o trabalho no campo e tornar as atividades laborais mais eficientes, resultando em um aumento da produtividade de alimentos. A utilização de tratores e outras máquinas agrícolas permitiu substituir a mão de obra animal, humana e não humana, trazendo avanços significativos em termos energéticos.

Essas mudanças na agricultura não podem ser compreendidas isoladamente, estão intrinsecamente ligadas às transformações mais amplas na sociedade. A invenção da energia a vapor e, posteriormente, a disseminação dos combustíveis fósseis, desempenharam um papel crucial nesse processo de mecanização. O ciclo da borracha também influenciou as transformações na agricultura, impulsionando a busca por eficiência e aumento da produção.

Essas mudanças na paisagem e nas práticas agrícolas refletem a interação complexa entre fatores econômicos, tecnológicos e sociais. A mecanização da agricultura trouxe benefícios significativos em termos de produtividade, mas também desencadeou desafios relacionados à sustentabilidade ambiental, uso de recursos naturais e impactos socioeconômicos nas comunidades rurais.

O governo brasileiro incentivava a vinda de agricultores para o país, especialmente aqueles oriundos da Europa, devido à possibilidade da entrada de maquinários e ferramentas que não eram comuns no Brasil.

A agricultura brasileira enfrentava instabilidade e havia várias regiões com baixa densidade demográfica, tornando necessário desenvolver estratégias de ocupação dessas áreas. O governo acreditava que a chegada desses imigrantes traria técnicas e ferramentas inovadoras para regiões distantes dos centros e fazendas já estabelecidas.

Ao criar essa demanda, foi possível formar uma classe agrária por meio do estabelecimento de colônias agrícolas, cujo objetivo era introduzir tecnologia no país, modernizar a agricultura e expandir a fronteira agrícola. A expansão das lavouras e a diversificação dos produtos foram consequências desses processos.

A relação entre os imigrantes e a agricultura possibilitou o aprimoramento do setor, bem como a introdução de novas plantas e técnicas agrícolas consideradas mais modernas.

Quando mencionamos as ferramentas que os imigrantes trouxeram consigo, estamos nos referindo a arados e semeadeiras de tração animal, e não a equipamentos de grande potência. Os imigrantes que se estabeleceram em Carambeí trouxeram consigo máquinas de tração, como tratores, arados, semeadeiras e também gado leiteiro.

Isso possibilitou o início de uma agricultura modesta no início, voltada para a subsistência e a produção de alimentos para o gado. No começo da colônia, não havia sequer cavalos para realizar a força de tração, e os instrumentos eram comumente puxados por bois. A maior parte da produção nessas lavouras era realizada por meio da tração animal.

Museu dos Tratores

O governo brasileiro incentivava a vinda de agricultores para o país, especialmente aqueles oriundos da Europa, devido à possibilidade da entrada de maquinários e ferramentas que não eram comuns no Brasil.

A agricultura brasileira enfrentava instabilidade e havia várias regiões com baixa densidade demográfica, tornando necessário desenvolver estratégias de ocupação dessas áreas. O governo acreditava que a chegada desses imigrantes traria técnicas e ferramentas inovadoras para regiões distantes dos centros e fazendas já estabelecidas.

Ao criar essa demanda, foi possível formar uma classe agrária por meio do estabelecimento de colônias agrícolas, cujo objetivo era introduzir tecnologia no país, modernizar a agricultura e expandir a fronteira agrícola. A expansão das lavouras e a diversificação dos produtos foram consequências desses processos.

A relação entre os imigrantes e a agricultura possibilitou o aprimoramento do setor, bem como a introdução de novas plantas e técnicas agrícolas consideradas mais modernas.

Quando mencionamos as ferramentas que os imigrantes trouxeram consigo, estamos nos referindo a arados e semeadeiras de tração animal, e não a equipamentos de grande potência. Os imigrantes que se estabeleceram em Carambeí trouxeram consigo máquinas de tração, como tratores, arados, semeadeiras e também gado leiteiro.

Isso possibilitou o início de uma agricultura modesta no início, voltada para a subsistência e a produção de alimentos para o gado. No começo da colônia, não havia sequer cavalos para realizar a força de tração, e os instrumentos eram comumente puxados por bois. A maior parte da produção nessas lavouras era realizada por meio da tração animal.

MAQUINÁRIOS

Em Carambeí, uma variedade de maquinários foi utilizada de acordo com as necessidades e disponibilidade da época. Os tratores foram introduzidos pelos primeiros imigrantes na década de 1940 e eram considerados itens de luxo para o trabalho no campo. Eles se mostraram extremamente versáteis e podiam ser utilizados em diversas atividades agrícolas, além de servirem como meio de transporte para as famílias quando necessário.

Até 1947, havia apenas dois tratores com rodas de metal na região. A área de terra cultivada na época era em torno de 1 hectare. Coincidentemente, a produção em larga escala deu um salto após esse período, com a chegada de tratores com rodas de pneus, o que permitiu expandir a área cultivável para 15 hectares. Na década de 1950, houve uma tentativa de produção em grande escala com a cultura do arroz, onde cerca de 60 hectares foram dedicados a essa atividade. Apesar dos desafios relacionados ao solo e à infraestrutura, a agricultura em Carambeí começou a se desenvolver em grande escala.

Essa expansão na utilização de maquinários agrícolas, como tratores, refletiu um avanço significativo no aumento da produtividade e na capacidade de cultivo da região. A introdução dessas tecnologias permitiu que os agricultores ampliassem suas áreas de produção, diversificassem as culturas e otimizassem os processos de trabalho no campo.

Esses momentos históricos destacam a importância dos tratores e outros maquinários na transformação da agricultura em Carambeí, impulsionando o crescimento e a modernização do setor agrícola na região.

Maquinários - Museu dos Tratores

IRATI

Os primeiros agricultores que chegaram em Irati, na colônia de Gonçalves Junior, possuíam experiência e estavam acostumados com uma agricultura de clima temperado. Tentaram de início algumas técnicas agrícolas que não deram muito certo, há relatos que contam sobre o plantio de feijão cozido, mas com os nativos aprenderam como trabalhar nas terras de matas de araucária, com solos fracos e rochosos. Segundo os habitantes que já estavam no território a forma mais eficaz era abrir uma área na mata, colocar fogo e plantar em cima das cinzas, essa técnica era chamada de capoeira. Plantavam feijão, milho, mandioca ou batata doce.

AGRICULTURA

A produção de lacticínios desempenhou um papel fundamental na sustentação da permanência dos imigrantes no território. Ao contrário dos terrenos férteis do norte do Paraná, o solo local apresentava características menos favoráveis à agricultura. Isso tornou a aquisição de tratores para lotes de 10 ou 15 hectares inviável, pois não oferecia perspectivas de rentabilidade. O acesso a adubos químicos também representava um desafio devido ao preço relativamente alto e à dificuldade de aquisição. Nessa época, prevalecia a crença de que estabelecer colônias agrícolas no campo era improvável. Os brasileiros de Ponta Grossa, cientes das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes holandeses, alertavam que seria impossível sobreviver no campo, pois a agricultura não prosperaria naquela região.

A agricultura nos primeiros anos de Carambeí era de subsistência e voltada para o gado leiteiro. Os produtos eram batata doce, nabo, forragem ou algum tipo de folhagem. Produziam ainda farinha de ossos misturados com fosfato natural para fertilizar o solo.

No início, o solo era considerado infértil, e muito duvidava-se da possibilidade de uma agricultura em grande escala. Até a década de 1950, o alimento do gado era complementado com ração, composta por fubá, caroço de algodão, farelo de trigo e sais minerais. Os primeiros imigrantes tentaram trabalhar com a agricultura já nos anos de 1940, com o plantio de arroz. Apesar das dificuldades e limitações do solo, mostraram que seria possível desenvolver o trabalho mais intenso com a terra em Carambeí.

Muitos passaram a seguir os passos dos primeiros colonos e investir no plantio. Diversas dificuldades apareciam: o solo limitado, a falta de grandes investimentos para recursos como maquinários e adubos químicos. A primeira cultura em larga escala foi o arroz, como consequência da mecanização do campo, onde o uso de tração animal passou a ser substituído pela força do trator.

Na década de 1950, Carambeí possuía 77 propriedades, abrangendo uma área total de 8.089 hectares de campo nativo e 384 hectares de lavouras. Com a introdução da cultura do arroz, algumas áreas de campo nativo foram aradas para a expansão das atividades agrícolas. No entanto, foi somente a partir dos anos 1950 que a cidade começou a passar por mudanças significativas em sua paisagem devido à prática agrícola.

A produção agrícola em Carambeí enfrentou desafios, como a baixa fertilidade do solo e a falta de capital para o desenvolvimento das atividades. Esses fatores limitaram o avanço da produção agrícola até a década de 1960. Foi nesse período que a cidade começou a vivenciar um crescimento significativo na agricultura, impulsionado pelas culturas de trigo e soja.

A introdução dessas culturas mais lucrativas e adaptadas às condições locais permitiu que os agricultores superassem alguns dos desafios enfrentados anteriormente. A produção de trigo e soja entre as décadas de 1960 e 1970 trouxeram impulso econômico para a região, fortalecendo o desenvolvimento agrícola.

Com o tempo, a agricultura se consolidou como uma atividade central na economia de Carambeí, e a cidade passou a ser reconhecida como uma importante região produtora de grãos. Essa mudança na produção agrícola contribuiu para o crescimento e desenvolvimento da cidade, impactando tanto a economia local quanto a paisagem rural.

EROSÃO E PLANTIO DIRETO

Um dos principais problemas ambientais relacionados à agricultura é o desgaste e a erosão do solo. Durante a produção agrícola, o solo é constantemente impactado, o que pode torná-lo inviável para o plantio e acarretar uma série de problemas para a fauna e a flora. A fertilidade natural do solo de Carambeí já era baixa antes dos anos 1950. Com a agricultura em larga escala, esses problemas se multiplicaram, tornando necessária a busca por novas técnicas para mitigar o impacto ambiental.

Os colonos de Carambeí ouviram falar sobre uma técnica que estava sendo implementada na região norte do Paraná e decidiram adotá-la nos Campos Gerais: o Plantio Direto. Essa técnica, também conhecida como no-tillage, teve origem na Inglaterra e nos Estados Unidos. A ideia era preservar os restos da cultura anterior, evitando o revolvimento do solo e o uso de arados. O Plantio Direto consiste em utilizar a palha e os resíduos da cultura anterior como cobertura para o solo, dispensando a necessidade de arar a terra com maquinários pesados. O uso do arado compacta o solo, causando processos de erosão e perda de nutrientes. A erosão é um problema grave tanto para os agricultores quanto para o meio ambiente. Devido à inviabilidade das terras e ao desgaste do solo, os colonos de Carambeí buscaram técnicas mais sustentáveis.

Em 1972, Franke Dijkstra e Manoel Henrique Pereira, conhecido como Nonô, visitaram um agricultor em Rolândia-PR para observar o sistema que ele aplicava em sua fazenda. Herbert Bartz, conhecido como “o alemão louco”, havia viajado para a Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha em busca de novas técnicas para enfrentar o problema da erosão e acabou conhecendo o Plantio Direto, uma forma de plantar sem revolver o solo. Ele começou a adotar esse sistema em sua propriedade e, após algum tempo, obteve resultados surpreendentes, como a recuperação do solo e o aumento da produção.

INTRODUÇÃO DO PLANTIO DIRETO EM CARAMBEÍ

Em 1976, o Plantio Direto foi introduzido em Carambeí, inicialmente com o uso de uma máquina adaptada. Franke e Nonô foram responsáveis por disseminar a técnica do Plantio Direto na região dos Campos Gerais, criando e participando de um grupo de pesquisa chamado “Clube da Minhoca”, com apoio de várias instituições do estado. O objetivo desse grupo era pesquisar, divulgar e incentivar os agricultores a adotarem o SPD (Sistema do Plantio Direto).

Ao comparar o Plantio Direto com os métodos convencionais, os resultados são claros e positivos. Por exemplo, há uma redução na perda de água e na temperatura do solo, o que impede a sua compactação. Dessa forma, tornou-se possível controlar a erosão e preservar a qualidade do solo, proporcionando benefícios tanto para a produção agrícola quanto para o meio ambiente.

Segundo o site WWF Brasil, “O Plantio Direto é uma das mais importantes iniciativas ambientais do Brasil em conformidade com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92) e da Agenda 21 brasileira. Essa prática também está alinhada com o que foi estabelecido no Protocolo Verde.” Dessa forma, a escolha pela prática do plantio direto entre os agricultores da região trouxe benefício em uma via de mão dupla, com safras mais produtivas e com menor danos ao meio ambiente.

ARADO

O arado é um instrumento de extrema relevância na revolução da agricultura, com registros de uso que remontam a cerca de 5000 anos atrás. Sua estrutura básica consiste em uma enxada ou pá e ao longo do tempo o arado passou por transformações, mas sua utilidade permaneceu fundamental no trabalho com a terra. É amplamente utilizado para abrir caminho para as sementes, preparando o solo para a penetração de nutrientes e o plantio.

A combinação do arado com a força animal trouxe uma grande facilidade aos seres humanos na tarefa de trabalhar com a terra. O arado é um símbolo icônico da agricultura e é considerado a ferramenta mais antiga do cotidiano agrícola.

FORÇA ANIMAL

A tração animal teve origem no uso da força animal na agricultura, desempenhando um papel fundamental desde o preparo do solo até o transporte e escoamento da produção. Mesmo antes do uso de animais como força de trabalho, os primeiros agricultores utilizavam pedras e ossos para abrir o solo.

A tração animal continua a ser amplamente utilizada, especialmente por pequenos produtores, devido à sua acessibilidade e viabilidade econômica. Embora tenham surgido outras tecnologias e métodos ao longo do tempo, a tração animal desempenha um papel importante na agricultura, contribuindo para o trabalho no campo e o transporte de cargas agrícolas.

Força Animal Amp. - Museu dos Tratores

Curiosidade

Os tratores são classificados segundo a sua potência de motor, representada pelo símbolo de CV, Cavalo-Vapor. Essa definição remete a força animal do cavalo que por muito tempo foi utilizado para mover e tracionar esses maquinários. Outro símbolo que também é utilizado para descrever a potência dos tratores é o HP (horse-power). Esse tipo de unidade está presente nos maquinários oriundo dos EUA e Europa.

SURGIMENTO DOS TRATORES

A invenção do motor a vapor por James Watt em 1776 abriu um leque de possibilidades para aumentar a produção de alimentos. A sociedade passou por mudanças com o impacto da revolução industrial, e a produção de alimentos deixou de ser apenas para subsistência, visto que a população crescia rapidamente. Foi por volta de 1784 que William Murdock criou o primeiro modelo de máquina de tração, impulsionado pelo vapor, e logo máquinas a vapor começaram a ser utilizadas para arar o solo. Com o tempo, essas máquinas foram gradualmente substituídas por tratores movidos por motores de combustão, popularmente conhecidos como tratores ou máquinas de tração. O trator representou um marco significativo na busca dos seres humanos por aumentar sua capacidade de produção de alimentos.

No que diz respeito à invenção do trator, há várias divergências. Em 1860, Jean Joseph Étienne Lenoir inventou o primeiro motor de combustão, com potência de 1CV (cavalo vapor). Naquela época, essas máquinas ainda dependiam da força animal e eram puxadas por cavalos, o que causava uma série de problemas. Ao longo do tempo, os tratores foram aperfeiçoados, surgindo modelos com esteiras que eram eficientes e não ficavam presos em plantações, diferentemente dos modelos com rodas de ferro. Embora sua aparência visual tenha sofrido poucas alterações, houve inúmeras modificações em termos de singularidade e adaptação para o campo ao redor do mundo.

BRASIL E TRATORES

Até a década de 1960, todos os tratores no Brasil eram importados, tanto da Europa quanto da América do Norte. Estima-se que o número de tratores nessa época era baixo. No entanto, com a fabricação de máquinas e tratores no Brasil a partir dos anos 1960, impulsionada pelo governo federal e pelo Plano Nacional da Indústria de Tratores Agrícolas, o número de tratores aumentou rapidamente.

No ano de 1970, o Brasil contava com um total de 165.870 tratores em seu território. A manutenção desses equipamentos era uma tarefa complexa, com disponibilidade restrita de peças e serviços especializados, limitando seu uso principalmente a algumas regiões. No entanto, essa realidade começou a se transformar com a instalação de empresas voltadas para a produção de tratores no Brasil, o que facilitou o acesso dos agricultores a essas máquinas.

Acompanhado pelas políticas da revolução verde, ocorreu um aumento significativo na produção agrícola do país. Esse cenário impulsionou um processo de industrialização da agricultura, embora muitos pequenos proprietários ainda continuassem a cultivar suas terras de maneira tradicional. Essa transformação na agricultura também trouxe mudanças nas relações de trabalho no campo.

Já nos anos 1990, o Brasil contava com aproximadamente 750 mil tratores, representando um grande salto em apenas duas décadas. Essa expansão do número de tratores reflete não apenas o avanço tecnológico no setor agrícola, mas também a crescente demanda por maquinários que auxiliem na produção, aumentando a eficiência e a produtividade do campo.

SEMEADEIRAS

A semeadeira é um equipamento utilizado para lançar as sementes no solo de maneira precisa. A ideia de substituir o lançamento manual das sementes pela semeadeira surgiu no século 2 a.C. Esse equipamento permitia semear as sementes de forma mais eficiente e na quantidade exata. A primeira semeadeira mecânica foi desenvolvida em 1701, aumentando a capacidade de produção em até 800%, mesmo sendo operada manualmente. A tração animal começou a ser utilizada na semeadura em 1785. Já em 1900, as semeadeiras passaram a ser acopladas às adubadeiras, o que garantiu maior precisão no momento de adubar e semear as sementes.

COLHEITADEIRAS

Os primeiros modelos necessitavam de tração animal, eram pesados e lentos o que acarretava a compactação do solo. O uso desse maquinário popularizou-se na década de 1960. Esse equipamento colhia em média 500 sacas por dia, atualmente colhe em torno de 3 mil.

SOCIABILIDADE

O trator desempenhava uma dupla função, servindo tanto como uma ferramenta de trabalho agrícola quanto como um meio de transporte. Nas fotografias preservadas Acervo do Parque Histórico de Carambeí (APHC), podemos encontrar inúmeros registros de famílias utilizando o trator como meio de locomoção, inclusive para irem à igreja. Era comum que famílias mais abastadas possuíssem essa máquina, utilizada tanto para fins laborais como para momentos de lazer.

TRABALHO DIÁRIO NO CAMPO

 Trator multitarefas

TRANSPORTE DE PRODUTOS 

Escoamento de Produção

Descrição da Região - Museu dos Tratores

DESCRIÇÃO DA REGIÃO

A descrição da paisagem segundo os relatos de viajantes

Como perspectiva, nada mais formoso do que aquele desdobrar de campos de um verde alegre, em que nas quebradas se desenvolve compacta vegetação, com alterosos pinheiros aqui e acolá e ainda mais aformoseados por maciços de rochas de todas as configurações, já redondas, já pontiagudas, ora compactas, ora rendilhadas, esparsas ou em grupos, desnudadas ou então cobertas de gravatás e outras bromélias. E isso se estende por léguas e léguas, modificadas só as razões de mais ou menos propriedade para o cultivo pela aproximação das correntes d’águas, umas volumosas, como o Iguaçu e Tibagi e outras, mais modestas, já ribeirões, já modestos córregos (Taunay 1923 p. 134).

Esses campos são certamente uma das mais belas regiões que já percorri desde que cheguei à América; suas terras são menos planas, não tendo, pois, a monotonia das nossas planícies de Beauce, mas as ondulações do terreno não chegam a ser tão acentuadas que limitem o horizonte. […] De vez em quando apontam rochas à flor da terra nas encostas dos morros, de onde se despeja uma cortina de água que se precipita nos vales; inúmeras éguas e bois pastam pelos campos e dão vida à paisagem; veem-se poucas casas, mas todas bem cuidadas, com pequenos pomares de macieiras e pessegueiros. O céu ali não é tão luminoso quanto na zona dos trópicos, mas talvez convenha mais à fragilidade da nossa vista (Saint-Hilaire 1995 p. 12).

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