
A descrição dos Campos Gerais do Paraná
por Auguste de Saint-Hilaire
Auguste de Saint-Hilaire, renomado cronista viajante do século XIX, descreveu a região dos Campos Gerais do Paraná com grande admiração e detalhes. Segundo suas observações, essa área apresentava uma paisagem exuberante, caracterizada por vastas planícies verdejantes e colinas suaves, intercaladas por rios sinuosos e florestas nativas.
Saint-Hilaire destacou a riqueza da vegetação local, com uma diversidade impressionante de espécies. Ele mencionou a presença de árvores imponentes, como as araucárias, que se erguiam majestosamente sobre a paisagem, conferindo um aspecto singular aos Campos Gerais.
Além da natureza exuberante, o cronista também mencionou a presença de uma rica fauna na região. Relatou a existência de animais selvagens, como veados, capivaras e aves de diversas espécies, que habitavam as florestas e campos abertos dos Campos Gerais.
O cronista também descreveu as cidades e povoados que encontrou em sua jornada pela região. Ele mencionou a hospitalidade dos habitantes locais e a simplicidade das construções, geralmente feitas de madeira. Saint-Hilaire registrou a presença de igrejas, praças e ruas calmas, onde a vida cotidiana se desenrolava de maneira tranquila e pacata.
Em suma, a descrição de Auguste de Saint-Hilaire sobre a região dos Campos Gerais do Paraná retrata uma área de grande beleza natural, com uma paisagem diversificada, vegetação exuberante, abundância de vida animal e um potencial agrícola significativo. Suas observações ajudam a capturar a atmosfera única e encantadora dessa região do Brasil.


Os Campos Gerais e os Imigrantes
A relação dos imigrantes que se estabeleceram nos Campos Gerais do Paraná no início do século XX com a paisagem e geografia local foi bastante significativa e influente. Esses imigrantes, em sua maioria, provinham de diferentes países, como Alemanha, Itália, Polônia, Ucrânia e Holanda trazendo consigo suas culturas, tradições e modos de vida.
Ao chegarem aos Campos Gerais, os imigrantes se depararam com uma paisagem diversificada e desafiadora. A região possuía solos potencialmente férteis e adequados para a agricultura, mas também apresentava áreas montanhosas, rios e florestas. Essa diversidade geográfica exigiu que os imigrantes se adaptassem e encontrassem maneiras de utilizar a terra de forma produtiva.
Os imigrantes exploraram a paisagem dos Campos Gerais de acordo com suas habilidades e conhecimentos agrícolas. Eles implementaram técnicas de cultivo, construíram estruturas como cercas e abrigos para animais, e desenvolveram sistemas de irrigação para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. Além disso, eles trouxeram consigo sementes e métodos agrícolas específicos de seus países de origem, adaptando-os às condições locais.
A presença dos imigrantes também deixou marcas na paisagem dos Campos Gerais em termos de arquitetura e urbanização. Eles construíram casas, igrejas, escolas e outras estruturas que refletiam suas origens culturais, muitas vezes utilizando materiais locais, como a madeira.
Além disso, grande parte dos imigrantes contribuíram para a preservação e conservação da paisagem natural dos Campos Gerais. Muitos desses grupos tinham uma forte conexão com a terra e valorizavam a natureza ao seu redor. Eles implementaram práticas de manejo sustentável, como o plantio de árvores frutíferas e a proteção de áreas de mata nativa, contribuindo para a preservação da biodiversidade local.
Os imigrantes que se estabeleceram nos Campos Gerais do Paraná no início do século XX, interagiram de maneira ativa e adaptativa com a paisagem e geografia local. Sua presença e influência moldaram a forma como a região foi desenvolvida, tanto em termos de agricultura e urbanização quanto na conservação da natureza.
“(…) vimos as primeiras paisagens do Paraná, um dos estados mais bonitos do Brasil e também o habitat de uma das mais notáveis e mais belas árvores do mundo. O pinheiro é nativo dos estados do Paraná e Santa Catarina com aparecimentos esporádicos, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Com seu enorme tronco roliço e uma copa como guarda-chuva aberto, o gigante imponente é um digno símbolo do Estado do Paraná e é único no mundo inteiro”.
Os belos capões de mato a beira da linha, a longo prazo, decerto desaparecerão, pois, o pinheiro não tem valor apenas para a indústria, mas também as locomotivas devoram grandes pilhas de lenha. Assim, a beleza da paisagem irá se perder justamente onde há maior movimento.
A paisagem é grandiosa em sua extensão. O campo não é uma planície monótona, aborrecida, mas consiste de colinas e vales, grupos de pedras, arroios, banhados, rios e matas que trazem variedade.
Jacob Van Wilpe
A chácara tinha em torno de 45 hectares, dos quais cinco eram tomados pelas construções. O restante era pasto para as vacas, onde se cultivava, entre outros, espérgula e serradela no inverno. Além disso, uns pedaços com batata-doce, que, além das batatas, também fornecia os ramos. Uma noite de geada, no entanto, era suficiente para fazer sumir os ramos. No verão tinha-se principalmente papuã, um capim nativo anual do qual também se fazia muito feno.
Foppe de Jong
O Brasil, para mim, em termos ambientais, revelou-se um verdadeiro paraíso. Um ambiente para aventuras sem par, tão diverso e fantástico quanto uma mente juvenil mais arguta pudesse imaginar, quando em comparação com o seu país de origem. Até hoje a sua natureza me deslumbra, como o fez da primeira vez em que, logo após chegarmos em Carambeí, o “Oom Gerard” me levou passear em um bosque e tomei banho de rio pela primeira vez na vida.
Frederic Jonker
