A percepção ambiental dos brasileiros sobre a agropecuária
Acaba de ser publicada pelo Ministério do Meio Ambiente a 5ª edição da pesquisa “O que o Brasileiro pensa do Meio do Ambiente” a qual investiga a percepção da população acerca de questões concernentes à temática ambiental. Foram realizadas 2.201 entrevistas com pessoas a partir de 16 anos residentes em áreas urbanas (87% dos respondentes) e rurais (13% dos respondentes) nas cinco regiões do país.
A maioria da população brasileira (53%) ainda não conhece o significado do conceito Desenvolvimento Sustentável. Entre os 47% daqueles que conhecem, apenas ¼ definiu-o como “cuidar do meio ambiente, das pessoas e da economia do país ao mesmo tempo”. Apesar de o termo ter surgido há mais de 20 anos, os brasileiros têm dificuldade em conceituá-lo apesar de toda banalização entorno do conceito. Muitas vezes vemos os atores do setor agropecuário dizer que temos uma produção sustentável, assim com atores de outros setores produtivos e dos governos. A falta de entendimento da população aliada a uma repetição constante de que somos sustentáveis faz acreditar que somos. Não somos e estamos longe de ser! Essa não é uma particularidade do Brasil, mas do mundo. Nossa principal responsabilidade é pensar, planejar e estruturar as condições necessárias para que um dia sejamos sustentáveis.
A opção mais apontada para o significado foi novamente a que relaciona desenvolvimento sustentável a não destruição dos recursos naturais. Entre os entrevistados do meio rural (79%) apontaram essa opção. Ou seja, a percepção está, intimamente, relacionada a não causar impactos ambientais negativos. A não destruição dos recursos naturais é uma questão de manejos produtivos e ambientais e de gestão de propriedades. Sustentabilidade vai muito além disso. O desenvolvimento sustentável é uma tríade, fundamentada no ambiental, social e econômico. Se não houver equilíbrio entre esses elos, não há sustentabilidade. De nada adianta reduzir o impacto ambiental se ao mesmo tempo tivermos exclusão social, ineficiência econômica, monopólios de mercado, insegurança alimentar, etc.